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nuages dans mon café

Quotidiano, inspirações, fotografia, filmes e outras coisas.

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De luto por um patudo

Spaniel Bretão

 

Como é que se faz o luto por um patudo? Como é que nos conseguimos reerguer sem verter uma lágrima? Não encontro forma de o recordar sem me sentir triste, culpada e arrependida.

 

Um dos meus patudos adoeceu, foi surpreendido pela leishmaniose e nós não temos possibilidades de o salvar, assim como não temos para os outros dois, dos quais estamos à espera do resultado das análises. Ele era o guerreiro de caça do meu pai, não tinha o luxo de vida dos outros, de andar livre pelo monte, de entrar na nossa casa, porque ele tinha um talento nato para ser um bom mineiro, dona de casa desesperada ou jardineiro, pois destruía tudo o que apanhava pela frente, por ser tão agitado (ou direi animado?).

Digo era, porque o entregámos a um canil para procederem à eutanásia, essa coisa de palavra feia que nos faz dizer adeus sem magoarmos o nosso pequeno, sem que ele possa perceber o que se passa, sem que ele sofra mais e sem que ele diga adeus também. Eu não fui capaz de o ver dois dias antes disso. Desde que perdi a minha avó que as despedidas de quem mais gosto me custam horrores e depois lembro-me sempre da mágoa daquela altura e é um turbilhão de sentimentos que eu não consigo dominar. Sinto-me muito mal por não lhe ter feito mais uma festa, dado mais um mimo, mais amor.

 

De uma coisa fico feliz: o sofrimento dele terminou, mas não me canso de pensar que a culpa é nossa, porque não o protegemos contra esta doença que não tem cura, que por causa de um maldito mosquito o meu caçador de 10 anos, o Spaniel Bretão mais lindo que alguma vez tive, mais querido, mais irrequieto, o meu Putxi já não está mais connosco.

 

E porque raio falo eu disto aqui no blog? Para vos alertar. Tenham atenção aos vossos bichinhos, protejam-nos com o uso de coleiras, pipetas e tudo mais, mantenham as casotas deles em condições, mas, por favor, não se esqueçam que isto ataca qualquer um que seja picado por um mosquito, um fucking mosquito, e que sem protecção o vosso pequeno pode ficar muito doente, com uma doença sem cura e cujos tratamentos ainda são bem caros. Não queiram ver o vosso patudo a sofrer, muito menos a terem de fazer aquilo que nós fizémos.

 

Hoje sinto-me mais pobre, como pessoa e como ser humano. Sinto que falhei e perdi um anjo.

5 comentários

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    Vanessa 07.01.2016

    Uma pessoa apega-se tanto aos animais que nem nos lembramos que eles não são eternos e que têm imensas vulnerabilidades. É tão mau vê-los doentes ou simplesmente quando partem. Deixam sempre uma ausência enorme...
    Agora tens uma rafeira para te "estragar" mais um bocadinho com mimos
    Obrigada.
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    Ana Gomes 07.01.2016

    A rafeira deixa-me de cabelos em pé... ela foi para lá quando nasceu o meu filho mais novo... cresceram juntos e quando ralho ao pequeno ela rosna-me como a protege-lo! Sei que nao me fará mal mas é protectora em relação aos meus filhos! 
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    Vanessa 07.01.2016

    Por um lado até é bom, sabes que tens uma boa babysitter
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    Ana Gomes 07.01.2016

    sem duvida!
    A minha tia tinha uma Rotweiller que era um espanto. Adorava os miudos todos la de casa e uma vez a minha sobrinha estava a brincar no patio e tive de me ausentar. Mandei a cadela tomar conta da pequena! O que por sinal ela fazia lindamente, levantou-se e sentou-se ao pé da pequena. Eu saí e voltei no espaço de 2 minutos. 
    A cadela era tão protectora que ao ver-me, levantou-se e colocou-se á frente da miuda como que a dizer "aqui quem manda sou eu!" Só quando dei ordem para se sentar é que me deixou pegar na pequena! 
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