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nuages dans mon café

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52 semanas | Semana 34: Livros que eu acho que toda a gente deveria ler

 

 Fonte

LIVROS QUE EU ACHO QUE TODA A GENTE DEVERIA LER //

Fiz-vos uma promessa na semana passada e, como tal, aqui estou eu a cumprir. Convidei uma pessoa para responder a este post, deixado para trás por descuido, mas que na altura achei que era bom deixá-lo ficar em espera, pois já tinha planos para ele. E quem é que eu convidei? Bem, convidei uma pessoa que devora livros sem dó nem piedade, que se desliga do mundo enquanto lê e que tratou desta questão do desafio com muito cuidado. Deixo-vos agora com as palavras da minha blogger amiga, Magda, autora do blog StoneArt Portugal

 

 

 

Para uma apaixonada por livros é sempre complicado escolher, de entre todos os livros que lemos, um top, seja ele um top 5, um top 10 ou um top 100. Todos – ou quase todos – os livros nos trazem algo de positivo e, num momento ou outro, são importantes.

Por outro lado, com tantos géneros literários existentes e tantos gostos diferentes, pode sempre acontecer que, um livro que eu adoro e que ache que deve ser lido por toda a gente, seja, ao mesmo tempo, um livro odiado por outra pessoa.

Ainda assim e porque foi a Vanessa que me pediu, de quem eu gosto muito e por quem tenho a máxima consideração, vou tentar explicar-vos quais os cinco livros que acho que toda a gente devia ler.

 

CEM ANOS DE SOLIDÃO //

Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez

 

«Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo» começa assim um dos melhores livros que li na minha vida. Um livro cuja leitura não é fácil e que precisa de muita atenção. A primeira vez que o li necessitei de consultar, várias vezes, a árvore genealógica da família Buendía-Iguarán para me manter a par de quem era quem. Esta família, com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações tornam Cem Anos de Solidão um livro a ler e reler.

 

 

 

 

A SOMBRA DO VENTO //

A sombra do vento, Carlos Ruiz Zafón

«Aquele livro mostrou-me que ler me podia fazer viver mais e mais intensamente, que me podia devolver a vista que tinha perdido» porque «cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte». Poucos livros descreveram, com tanta exactidão, a minha paixão pela leitura. No cemitério dos livros esquecidos, Daniel encontra A Sombra do Vento e assume que o guardará e protegerá enquanto for vivo. A história dum livro dentro de outro e um local, o cemitério dos livros esquecidos onde todos os livros vão parar quando uma biblioteca desaparece, uma livraria fecha as portas ou quando um livro se perde num esquecimento.

 

 

A VERDADE SOBRE O CASO HARRY QUEBERT //

A verdade sobre o caso Harry Quebert

 

«Um bom livro, Marcus, não se mede apenas pelas últimas palavras, mas pelo efeito colectivo de todas as que a precederam. Cerca de meio segundo depois de terminar o livro, depois de ler a última palavra, o leitor deve sentir-se dominado por um sentimento poderoso; por um instante, só deve pensar em tudo o que acaba de ler, olhar para a capa e sorrir com uma ponta de tristeza porque vai sentir a falta das personagens. Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler.» Com este epilogo termina a narrativa d’A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert e que nos leva a dividir a leitura em antes e depois deste livro. Quem terá matado Nola?

 

 

A LISTA DE SCHINDLER //

A lista de Schindler, Thomas Keneally

 

«Aquele que salva uma vida salva o mundo inteiro». Foi esta a frase que mais de mil judeus quiseram gravar no anel que entregaram a Schindler para lhe agradecer terem feito parte da sua lista, uma lista que permitiu salvar-lhes a vida quando a morte, num qualquer campo de concentração, parecia certa. Um livro que retrata a história dum homem que gastou o todo o seu dinheiro para salvar os seus judeus e as suas famílias e que, no fim, se sentiu envergonhado por não ter conseguido salvar mais. A Lista de Schindler é uma história de amor, de coragem e de esperança.

 

 

 

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO //

Admirável mundo novo, Aldous Huxley

 «Tal é a finalidade de todo condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social a qual não podem escapar.» Neste Admirável Mundo Novo, a felicidade é condicionada desde a decantação até à morte. Através da hipnopedia – indução durante o sono – as crianças aprendem, desde cedo, que a casta a que pertencem é a melhor, a mais importante e a que as deixa mais felizes. Aprendem, da mesma forma, qual a profissão que vão ter (e como se sentem felizes com isso) e que todas as outras castas – sejam elas mais baixas ou altas – são necessárias e por isso estão felizes por elas existirem. Condicionamento total numa sociedade em que nada é questionado. Estaremos a tempo de evitar que a nossa sociedade se transforme nesta abominável distopia?

 

 

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Que me dizem, fiz ou não fiz bem em convidar a Magda?

4 comentários

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    Ana CB 24.03.2016

    O Gabriel Garcia Márquez e o Carlos Ruiz Zafón "jogam em ligas diferentes" :))) É um bocado como colocar Saramago e José Rodrigues dos Santos no mesmo saco. São estilos diferentes e níveis de utilização da língua e de concepção de enredos também muito diferentes. Começar a ler Garcia Márquez pelo Cem Anos de Solidão talvez não seja realmente a melhor opção, atendendo a que é um livro muito grande e com uma história extensa e imbricada. Há outros bem mais "simples", como por exemplo o Crónica de Uma Morte Anunciada, que é de mais fácil leitura. Fica a sugestão, e oxalá com o tempo consigas "fazer as pazes" com a obra de Garcia Márquez.
    (Nota-se que é um dos meus autores favoritos? :)))))  )
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    -B 25.03.2016


    Eu fiz a referencia ao CRZ porque já vi vários tops onde ambos os livros constam :p realmente cem de solidão acho complexo e continuo sem perceber a necessidade de repetir os nomes, pelo desenrolar da história vamos vendo eles cometendo os mesmos erros. Fiquei baralhada.


    Comecei a ler porque o tinha cá em casa mas vou anotar as sugestões :p quanto ao cem anos de solidão talvez daqui a uns anos já tenha outra cabeça para o ler, poucos são os livros a que não dou uma segunda oportunidade :D
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    Aerdna 28.03.2016

    "Cem anos de solidão" não é realmente um livro fácil. Quando o peguei para ler, tive de o fazer seguido para não deixar que os pormenores se embaraçassem na minha cabeça.


    Eu acho que se o autor quisesse tornar o livro fácil de ler teria escolhido outros nomes para os personagens, mas não era essa a sua intenção. Nesta obra ele fala da construção social, onde o tempo passa e os erros se repetem e repetem, onde a família deixa a sua marca no individuo, onde a sociedade e os seus pudores ditam destinos sem a necessária humanidade.

    A família é retratada como o centro de apoio e a fonte de chatices e acho que esta é a universalidade desta história, apesar de estar carregada da cultura rural colombiana.

    Apesar da confusão que pode gerar a intrincada árvore genealógica da família Buendía-Iguarán, os acontecimentos vão-se sucedendo com um ritmo que tornam a leitura fluída e prazenteira. Apesar dos pormenores às vezes macabros: como o patriarca viver amarrado, a rapariga ansiosa que come terra e etc…


    Vale uma leitura e até uma segunda vista de olhos, mas concordo com o comentário de anacb: para quem começa a introduzir-se no estilo de  Gabriel García Márquez existem outras histórias mais curtas e de leitura mais fácil.

    Boas leituras!

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