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nuages dans mon café

Quotidiano, inspirações, fotografia, filmes e outras coisas.

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Acreditas em tudo o que vês?

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Anda, senta-te, vamos conversar. Pega uma chávena de café. Por acaso tens conta no Instagram? Sim? Não? Mas certamente já deves ter ouvido falar na ~grande~ polémica da Essena O'Neil, a rapariga que passou grande parte dos seus dias a querer criar uma vida perfeita na internet, mas que no fim só se estava a enganar a ela mesma. Bem, mas não é sobre ela que eu quero conversar contigo, é sobre nós, sobre as pessoas que utilizam aquela rede social, assim como o facebook ou até mesmo os blogs.

 

Aquilo que mais gostamos de partilhar são coisas boas, é óbvio que ninguém gosta de se mostrar triste, sendo o dito sinal de fraqueza, não achas? Se entrarmos no facebook, só vemos coisas boas que as pessoas partilham e é essa magia de felicidade que gostamos de mostrar ao mundo, o nosso lado bom. Pelo Instagram só encontramos fotografias fantásticas, de pessoas com boas vidas, de férias, em espaços bonitos, a viajar, em SPAs, todas maquilhadas e bem penteadas, etc.... mas tu acreditas ~mesmo~ em tudo o que vês? Eu não e espero que tu também não.

 

O problema das redes sociais e dos blogs, é que permitem às pessoas viverem uma vida que não é a delas. Permite que se enganem a elas mesmas, quando pensam que estão a enganar o mundo, entendes? Há mais Essenas por aí, muitas mais, que não conseguem e nem sabem parar, pois gostam desse mundo irreal, desse fake love. E sabes que mais? Essas pessoas precisam de ajuda! Precisam de aprender a levar a vida como ela é. Precisam de aceitar que até as celebridades não têm vidas perfeitas. Precisam de encarar as fotografias boas dos outros, como um dia bom para elas e não como uma vida perfeita. Ninguém é perfeito, certo? Então porque é que uma foto bonita, um retrato feliz ou um momento agradável da outra pessoa a faz perfeita? Não tem lógica, mas às vezes as pessoas são movidas a inveja e mesmo que não possam ter, vão fazer para ter e para se mostrar ~infelizmente~ mais do que são na verdade, não é assim?

 

Não há problema nenhum em mostrarmos quem somos realmente. Eu gosto de fotografia, por isso, a maioria das minhas fotos (se não todas) são de coisas bonitas do meu dia-a-dia, não são de encontros, não são selfies, são só pequenas coisas do meu dia e que me enchem de felicidade. Deves estar a pensar Então mas gostas de fotografia e não tiras selfies?. Sou a pessoa por detrás da lente, não à frente. Também não tenho uma casa mobilada pelo IKEA, cheia de coisas brancas e lindas (que eu amo), aliás, a mobília do meu quarto deve ter 30 anos e tenho imensa tralha, como qualquer outra pessoa.

 

As pessoas precisam de se libertar, mostrar mais como são. Não há problema em ter fotos de messy hair, nem de pijama, nem desmaquilhadas, nem com uma unha a menos, nem deitada na cama e com a cara por lavar, nem com uma expressão nostálgica (as minhas favoritas). Achas que as pessoas ~no geral~ pensam que as celebridades acordam bonitas? É provável. Também devem de achar que aquelas contas de Instagram, com fotografias absolutamente fantásticas e inspiradoras, têm sempre a criatividade a bombar. Mas enganam-se tão bem. A criatividade não flui a toda a hora, os outros também têm dias maus, dias sem ideias. Olha, por exemplo, eu tenho dias ~super~ complicados... alguém deu por isso? Não, eu não gritei aos 7 ventos como estava, porque não preciso. Assim como não partilho toda a minha felicidade para não atrair o olho gordo de alguém. A inveja é o pior deste mundo, sabias? Deixa mesmo as pessoas doentes.

 

//

 

As pessoas precisam de se libertar, de se expressar de todas as formas e não nas ~supostas~ mais belas.

Só aí serão mais felizes, mais donas das suas vidas e terão a vida (im)perfeita que tanto procuram.

7 comentários

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    Vanessa 14.01.2016

    Oh Andy, Andy... se aos 23 anos não tocar nestes pontos, nem tiver pessoas da minha idade a pensar um pouco assim (não digo tanto), então houve qualquer coisa que falhou largamente na vida dessas pessoas. Não se vive das aparências, apenas nos mantemos à tona, digamos assim, por isso as pessoas devem mesmo encarar a vida como ela é, imperfeita de todas as formas.
    Quanto a isso dos casais, eu e o meu namorado não partilhamos grande coisa entre um e outro no facebook, é rara a vez que isso acontece, assim como raramente publicamos fotos dos dois. Eu digo imensas vezes isto, mas a felicidade não tem de estar exposta, nem deve. Eu vejo N casais no facebook, não duram 1 ano. Depois não passaram meses, já "amam" outras pessoas... que me interessa isso?! Que interesse tem para a minha vida ver alguém numa relação, depois noutra e noutra, a bradar aos 7 ventos que é feliz... mas nunca que é triste nas separações? Essa gente não me faz falta e sinceramente é daquelas coisas que me fazem usar o facebook para poucas coisas... e para ver o feed em momentos de tédio há sempre um espectáculo ao virar da esquina.
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    Andy Bloig 14.01.2016

    Se não partilhas é porque sabes bem que as coisas ficam entre vocês. Quem vos conhece sabe da vossa felicidade. Não são mais felizes por andarem a meter posts ou a publicar mensagens românticas para toda a gente ver... as mensagens tem destinatário certo. 
    Para que é que se "mostram" a todos? 
    Vejo pessoas conhecidas a enviar declarações pelas redes sociais e lembro-me da altura que se escreviam cartas ou papelinhos. Assim que o destinatário os lia ou eram rasgados e atirados para o caixote do lixo ou guardados para mais ninguém os poder ler. 
    E o "amor" espalha-se... o "desamor" nunca poderá existir. (segundo quem já passou por isso, as separações é por razões óbvias que não é preciso explicar... mas, ao "apaixonarem-se" há que mostrar que estão devotos de amor por aquela pessoa.)
    Neste último ano, tenho visto menos coisas dessas (talvez por o grupo de amigos ser pequeno e os casados não se podem esticar), mesmo assim, ainda há por aí muita declaração louca de "amor eterno"... isso fazem as pessoas ao companheiro/a. Não é preciso andar a meter 100 posts com corações e o nome da outra pessoa. 


    Há gente mais velha que tu que vive nessa ilusão, até que algo corre mal, voltam à Terra e sentem-se perdidos. (tens andado tão filosófica...)  
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    Vanessa 14.01.2016

    Ando um bocado, sim
    Mas sabes, voltei a fazer o que gosto e o estágio está a terminar, por isso acho voltei à vida e tirou-me da nuvem negra que me tem atormentado. Se este estágio durasse mais tempo, acho que o meu blog passava a ter ali a foto de um panda


    Isso é mesmo verdade, as pessoas metem N publicações, cheias de corações e afins... é grande abuso. Depois aquilo acaba, só lhes sobram publicações pirosas, porque se fossem papelinhos, podiam ir logo para o lixo, ser queimados e nunca mais os viam.
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    Andy Bloig 14.01.2016

    Um panda? Pelo menos não era um urso pardo de dentes e garras afiadas... Image


    A vantagem do papel... quando não se quer que ninguém leia, existem opções simples para nos livrar-mos dele para sempre e sem deixar rasto. 
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    Vanessa 14.01.2016

    AHAH, mas alguém que tem cara de panda... medo!
    É só chegar-lhe fogo e adeus.
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    Andy Bloig 14.01.2016

    Ou enfiar num copo de água. Assim que se comece a desfazer, já a tinta deixou de mostrar o que lá foi escrito. Image


    Deixa lá os ursos pelas florestas. Em vez desses, um peluche é mais simpático e dá para tudo. Image
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