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Book Review | A Rapariga no Comboio

A Rapariga no Comboio

 

Título: A Rapariga no Comboio

Autor: Paula Hawkins

Editora: TopSeller

Páginas: 318

ISBN: 9789898800541

 

" É mau as mulheres colocarem num homem a esperança de serem felizes. "

 

Um livro absolutamente surpreendente, onde ninguém é de confiança e onde vários factos andam desaparecidos até ao dia do juízo final.  Contado a três vozes: Rachel, Megan e Anna, que vêem as suas vidas entrelaçadas por, basicamente, as mesmas circunstâncias.

 

A Rachel é a rapariga no comboio, todos os dias viajava para Londres e pelo caminho paravam sempre no mesmo sinal vermelho. Aí, ela imaginava como era a vida das outras pessoas, como um escape à vida miserável que levava. Criou então a Jess e o Jason, um casal que ela avistava do comboio, e eram o seu mais querido e adorável sonho que a faziam lembrar do tempo em que ela e o Tom eram casados, antes de ele a trair com a Anna.

Megan é casada com o Scott, o casal dos sonhos da Rachel, e são tudo menos o casal perfeito - apesar das aparências - ela nunca esteve satisfeita com o casamento e marido de sonho que tinha.

Anna é a actual mulher do Tom (ex-marido da Rachel), do qual tem um filho.

 

A Rapariga no Comboio

 

Passamos imenso tempo às aranhas, pois a Rachel nunca sabe o que se passou durante o seu dia. Desde que as coisas começaram a correr mal com o Tom, desde que se separou, desde que foi morar para a casa de uma antiga colega, que a Rachel passa mais tempo a beber do que a trabalhar, o que a levou a ser despedida [spoiler].

Ao longo da história, vamos ~ouvindo~ um bocadinho da história de cada uma, contada em tempos diferentes (o caso da Megan e da Rachel), o que nos leva a ir acumulando factos à nossa história, apesar dos apagões da Rachel.

 

A Rapariga do Comboio

 

Neste livro nada é um mar de rosas: a Rachel tem um casal predilecto, o seu Jess e Jason, mas houve um dia em tudo mudou. Ao passar no comboio, ela viu algo que destrui completamente a imagem de mulher perfeita que ela tinha da sua Jess: viu-a com um outro homem, a beijá-lo [spoiler], no jardim da bela casa que ela adorava. A partir daí, a Rachel mete-se numa bola de neve sem fim que a vai levar a sofrer bastante, mas é no que dá meter-se na vida das outras pessoas.

Este livro é impressionante a todos os níveis por causa disso: pessoas a meterem-se na vida umas das outras, a suporem algo que pensam que sabem ou que viram e até mesmo pelo carácter pesado das acções que lemos. [spoiler] As cenas de violência do Scott para com a Rachel, do Tom para com a Rachel... sei lá, foi um misto enorme em que eu já não sabia se havia de ter pena dela ou se simplesmente haveria de pensar num eu já sabia que ia ser assim ou não tinhas nada que te meter na vida deles sem os conheceres.

 

A Rapariga no Comboio

 

Conseguimos tirar bons valores deste livro, apesar de todas as personagens serem más à sua maneira (más em termos de personalidade). É errado pensarmos que conhecemos alguém apenas por aquilo que observamos, ninguém se conhece assim, ninguém sabe nada sobre a outra pessoa assim, por muito bom observador que seja.

Por outro lado, também é errado fazer como a Rachel e depositar toda a nossa felicidade em um homem. A nossa felicidade não deve ser depositada em ninguém, nem em nada, mas sim em nós mesmos. Parte de nós fazermos por ser felizes, parte de nós criarmos a nossa felicidade e não de outra pessoa. A culpa de não sermos felizes não é dos outros, é nossa, porque atribuímos algo tão valioso a outras pessoas, ao invés de sermos nós a cuidar disso. É algo a relembrar.

 

Se recomendo este livro? Sim! As minhas expectativas eram super altas, mas ainda bem. Adorei cada página, cheguei a devorar 200 páginas pela madrugada dentro, sem dar pelo tempo a passar, o que - para mim - é inédito. Foi realmente uma jornada espectacular, a repetir quando me apetecer rever a história com mais clareza, porque a leitura é super fácil, a história parece que se desenrola a cada pedaçinho que lemos... muito bom mesmo. Sei que é um livro de ~amor-ódio~, mas espero que gostem tanto como eu gostei.

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